Electro Swing

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O electro-swing é um género musical que surgiu na Europa, a partir de 2005. É caracterizado pelas suas batidas ritmadas e pela a sua sonoridade clássica, que o distinguem de outros géneros de dança que são populares atualmente, como o house ou ainda o drum and bass. Uma das melhores maneiras de o descrever, que pode ser encontrada num site dedicado ao estilo, é esta: “music from the 20s, 30s, 40s, 50s, 60s, 70s making love to the sounds of tomorrow”. (A música dos 20s, 30s, 40s, 50s, 60s e 70s conjugando-se com os sons do futuro). Apesar de o género ser novo, é maioritariamente influenciado pelo swing e o jazz dos loucos anos 20, nos Estados Unidos da América. Para melhor compreender o que é o electro-swing temos então de fazer uma viagem ao passado e perceber quais as origens do swing, estilo musical imortalizado nos pés de estrelas como Fred Astaire e Ginger Rogers. Dizem que a moda e muitas outras artes são cíclicas, mas a música também o é. Tal como o electro-swing pega no swing, o hip-hop e o reggae pegaram no funk e o rock pegou no blues, no country, e em tantos outros géneros. Inspiram-se em sonoridades antigas para criar algo novo, uma espécie de reciclagem dos sons de forma a levar músicas de outros tempos às gerações atuais, preservando sempre uma memória da identidade cultural da década em questão. E a nossa é sem dúvida marcada por uma democratização do acesso à música, com o aparecimento da internet. Sem sairmos do mesmo lugar conseguimos ouvir músicas das mais variadas partes do mundo. Torna-se até mais fácil para artistas, que noutros tempos passariam por incógnitos, divulgar o seu trabalho. É também assim que o electro-swing acaba por ganhar notoriedade e chegar até aos mais variados pontos do mundo. A década de 20, do século XX, ficou marcada pelo período entre guerras mundiais e foi um período de grande prosperidade para os Estados Unidos da América. Como sabemos, os EUA entraram na primeira guerra mundial numa fase final, quando esta já se encontrava perto do fim. E como as frentes de batalha se localizavam essencialmente no velho continente, quando a guerra chegou ao fim em 1918 estávamos perante uma Europa destruída, em decadência, e que dependia muito dos norte-americanos para satisfazer até as suas necessidades mais básicas, como a alimentação. Com isto, facilmente os EUA chegaram ao estatuto de potência mundial, aumentando a sua riqueza e a qualidade de vida dos seus cidadãos. A indústria desenvolveu-se, o desemprego diminuiu e as exportações aumentaram, assim como o salários dos trabalhadores. Com a prosperidade veio a liberdade. O gosto pela música, pelos espetáculos, pelas artes e pela moda era cultivado entre a sociedade, pelo que as idas aos salões, ao teatro, à ópera e aos cinematógrafos (cinemas) eram constantes. Quando a Europa conseguiu recuperar da guerra no final da década, os Estados Unidos entraram então numa depressão, mas a indústria cultural continuou a crescer. O swing e o jazz eram os estilos que mais se dançavam, músicas animadas que lhes permitiam mexer os pés a um ritmo alucinante, quase sem tocar no chão. Esta é, portanto, a música de quem quer viver uma nova vida, com direito a novos luxos e aproveitar ao máximo a efemeridade da mesma, antes que se esgote. A partir de 1995 foram várias as bandas que tentaram lançar álbuns dentro do estilo do electro-swing, mas não tiveram sucesso. Marcus Füreder nessa altura ainda muito jovem, tocava em vários clubes austríacos como DJ. Em 2003 decidiu mudar o rumo da sua vida na música e lançou a sua própria editora, a Etage Noir Recordings. Utilizando o pseudónimo Parov Stelar, lançou o álbum Rough Cuts, em 2004, e com ele lançou também uma nova tendência a nível do clubbing. O som único de Parov Stelar permitiu-lhe conquistar uma base de fãs pelo mundo, começando pelos frequentadores de espaços lounge e hotéis, chegando depois aos publicitários. O tema «Chamberman Swing», por exemplo, fez sucesso como a música do anúncio da Bacardi. Quando questionado sobre a música que produzia, o próprio deu-lhe a designação de electro-swing, um estilo que combina os sons do passado, com os ritmos modernos que são fruto dos avanços da tecnologia da música electrónica, tudo sobre uma aura de uma certa elegância, mas com muita energia à mistura. Contudo, foi o álbum «Shine», de 2007, que lhe deu maior projeção e o catapultou para a posição de um dos produtores mais promissores a nível europeu. Acabou por despertar a curiosidade de inúmeros DJs por toda a Europa e por se tornar um fenómeno de culto. As suas músicas de influência retro angariaram-lhe, além de fãs, seguidores por toda a Europa. Muitas bandas encontraram o seu lugar neste género, como por exemplo os Caravan Palace. Em 2012, Parov Stelar lançou o álbum The Princess, no qual pretende mostrar a sua versatilidade e mostrar que sabe ir além do género que fundou, mas sem nunca esquecer as sonoridades que o caracterizam. Da Áustria para França, mais propriamente, Paris. Cidade Natal da banda Caravan Palace. Lançaram-se no electro-swing em 2008, embora se tenham formado em 2005. Inicialmente foram contratados por uma produtora de filmes para fazer a banda sonora de filmes pornográficos antigos, mudos. A sonoridade exótica do trabalho que fizeram chamou a atenção do produtor Loïc Barrouk, que lhes marcou uma série de concertos e os levou para estúdio. A banda resulta da junção de três compositores de música electrónica que eram apaixonados pelo jazz, e três outros músicos que se juntaram a eles, e que viram no electro-swing a oportunidade de fazer a música que sempre desejaram tocar. Ao ouvirmos as suas músicas notamos uma maior influência jazz, em comparação com as de Parov Stelar. A sua maior inspiração é o guitarrista de jazz belga, Django Reinhardt. Em 2008 lançaram um álbum homónimo, o seu primeiro, de onde sai o single «Jolie Coquine». Por cá, a música «Dragons» foi utilizada em anúncios dos canais FOX. Conquistaram uma legião de fãs e são as novas estrelas das noites de electro-swing. Este ano lançaram o álbum Panic que pende um pouco mais para o lado electrónico deste género. Desde 2004 até agora o electro-swing tem vindo a crescer. Há cada vez mais bandas a fazer músicas deste género e cada vez mais pessoas procuram estas músicas para dançar. Em 2009 foram inauguradas as primeiras noites de electro-swing em Londres. A grande maioria continua a acontecer no Reino Unidos, mas estas noites temáticas já chegaram a França e à Austrália também. No final de 2011, um novo hotel e casino, o Cosmopolitan Las Vegas, utilizou a música «Booty Swing» de Parov Stelar no seu anúncio principal, “52 stories”. Este anúncio marca a chegada do electro-swing aos EUA, país de origem do próprio swing. Depois de ter conquistado o continente europeu, resta saber se este género único tem sucesso do outro lado do Oceano Atlântico.

Você conheceu um pouco mais sobre o Estilo Musical Electro Swing.


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