Groove metal

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O groove metal surgiu no final dos anos 1980 e início dos 1990 através de bandas como Pantera, Sepultura, Machine Head e White Zombie, que começaram a criar uma sonoridade totalmente nova onde o groove andava lado a lado com o peso do heavy metal. As influências iniciais do gênero estão no thrash, que foi o ponto de partida de onde diversas bandas, principalmente norte-americanas, evoluíram para algo até então inédito. A principal características do estilo são os riffs curtos e sincopados, mais concentrados no groove e no peso do que na velocidade. Percebe-se também uma onipresente influência do hardcore permeando os nomes do gênero. Ainda que comumente o surgimento do groove metal seja apontado para duas bandas em particular – o Pantera e o Sepultura -, alguns grupos já haviam lançado as sementes e as estavam desenvolvendo paralelamente. Entre os pioneiros menos conhecidos estão a banda norte-americana Exhorder, a inglesa Reign, o também americano Creeper, a canadense Varga, a japonesa Outrage e a norte-americana Psychosis. É preciso citar também o Bad Brains, que influenciou o desenvolvimento do gênero com os seus discos lançados a partir da década de 1980 e que injetaram doses maciças de balanço ao peso de suas canções. No entanto, apesar dessa variedade de grupos que, de alguma maneira, estavam na vanguarda do que viria a ser um dos estilos mais populares do metal, indiscutivelmente os trabalhos mais populares e influentes do groove metal estão na discografia de quatro bandas: Pantera, Sepultura, White Zombie e Machine Head. A guitarra singular de Dimebag Darrell é um dos instrumentos mais icônicos do estilo, assim como as batidas desenvolvidas pelo Sepultura a partir de “Chaos A.D.” (1993), os flertes com a eletrônica e o industrial de Rob Zombie e sua turma e o desenvolvimento de uma nova sonoridade para o thrash levada a cabo pelo Machine Head. Em seu período inicial, o groove metal foi popularizado e teve as suas bases divulgadas e fincadas profundamente no universo do metal através de discos como: – “Cowboys From Hell” (1990), “Vulgar Display of Power” (1992), “Far Beyond Driven” (1994) e “The Great Southern Trendkill” (1996), do Pantera – “Chaos A.D.” (1993) e “Roots” (1996), do Sepultura – “Burn My Eyes” (1994) e “The More Things Change …” (1997), do Machine Head – “La Sexorcisto: Devil Music, Vol. 1” (1992) e “Astro-Creep: 2000 – Songs of Love, Destruction and Other Synthetic Delusions of the Electric Head” (1995), do White Zombie – “Power of Inner Strength” (1995), do Grip Inc. – “Prove You Wrong” (1991) e “Cleansing” (1994), do Prong – “The Law” (1992), do Exhorder O crescimento imenso de bandas como Pantera e Sepultura no período tornou o groove um dos gêneros mais populares do metal, principalmente no maior mercado fonográfico do planeta, os Estados Unidos. A influência que a então nova sonoridade teve sobre jovens de todo o planeta, notadamente os norte-americanos, foi a faísca e o ponto de partida para o nascimento de outro estilo que marcou a década de 1990, o nu metal. Porém, a separação da Sepultura em 1996 – que levou ao surgimento do Soulfly, liderado por Max Cavalera – e a hibernação do Pantera causada por conflitos internos a partir do mesmo ano – quebrada apenas pelo lançamento de “Reinventing the Steel” (2000) e retomada definitivamente com a morte de Dimebag, em 2004 -, somadas às experimentações do Machine Head com o nu metal e o fim do White Zombie, fizeram com que houvesse uma mudança na hierarquia do estilo. Com criatividade de sobra e levando a cabo os ensinamentos dos pioneiros, grupos como Lamb of God, DevilDriver, Throwdown e Chimaira deram novo fôlego ao gênero. No que podemos chamar de segunda geração de bandas desta corrente, destaque para os álbuns abaixo: – “Primitive” (2000), “Prophecy” (2004) e “Dark Ages” (2005), do Soulfly – “As the Palaces Burn” (2003), “Ashes of the Wake” (2004) e “Sacrament” (2006), do Lamb of God – “The Fury of Our Maker’s Hand” (2005), do DevilDriver – “1919 Eternal” (2002) e “Hangover Music Vol. VI” (2004), do Black Label Society – “Chimaira” (2005) e “Resurrection” (2007), do Chimaira – “… And They Shall Take Up Serpents” (2005), do Byzantine – “The Onslaught” (2007), do Lazarus A.D. – “Vendetta” (2005) e “Venom & Tears” (2007), do Throwdown Com as suas características consolidadas no DNA do heavy metal, o groove metal tornou-se um gênero bastante influente, com seus elementos sendo facilmente identificados na maioria das bandas atuais e até mesmo em grupos veteranos, como é o caso do Anthrax (ouça “Sound of White Noise”, de 1993) e do Exodus (a fase mais recente, a partir de “Tempo of the Damned”, de 2004), que usaram com inteligência essas influências para atualizar e levar a sua música para outros caminhos. Nos anos mais recentes, alguns gigantes paridos pelo groove entraram em uma espiral ascendente de qualidade. O Machine Head retomou a sua popularidade e hoje é uma das maiores bandas de metal do planeta, tudo isso graças a álbuns sensacionais como “The Blackening” (2007) e “Unto the Locust” (2011). O Lamb of God deixou meio mundo sem palavras com “Wrath” (2009) e o estonteante “Resolution” (2012). E o Soulfly gravou o seu melhor disco, “Enslaved” (2012). Isso mostra o quanto ainda é possível desenvolver uma das sonoridades mais cativantes do metal, e o quanto ela ainda está longe de soar estagnada. Para entender o groove metal e saber mais sobre o estilo, ouça a playlist que preparamos. E, nos comentários, poste o seu top 10 com os seus discos preferidos do gênero.

Você conheceu um pouco mais sobre o Estilo Musical Groove metal.


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