Álbuns de Fiona Apple e Phoebe Bridgers foram os melhores de 2020 para a crítica internacional

Ao lado de “Punisher“, de Phoebe Bridgers (acima), ele foi o único que apareceu em todos os rankings. A diferença é que o trabalho de Apple ficou em primeiro lugar em, nada menos, que sete listas, e em outras quatro, ele apareceu na segunda posição. O de Bridgers ficou em primeiro no ranking da Popmatters.

“Fetch…”, desde o seu lançamento, chamou muita a atenção, chegando a atingir por algum tempo uma rara média 10 no Metacritic. Isso, mesmo ele se mostrando um trabalho mais experimental e nada imeditato – aquele clássico caso de disco que vai se desvendando mais e mais a cada audição, já que a sua sonoridade, com a percussão e piano em primeiro plano, é totalmente fora dos padrões.

Voltando ao nosso ranking, ele é composto por 21 trabalhos que entraram em pelo menos oito listas, independentemente da posição, ou que ficaram em primeiro lugar em alguma delas, mais uma “menção honrosa”. Esta, foi um dos álbuns feitos pelo misterioso coletivo inglês SAULT. O grupo lançou dois discos nos últimos meses. “Untitled (Black Is)” encabeçou o top 50 da NPR e surgiu em seis outras listas. “Untitled (Rise)” também foi lembrado em cinco listagens. Como se tratam de discos “irmãos”, e muito recomendados para fãs de música negra em todas as suas variantes, incluímos os dois na relação.

O resultado final mostra um ano bem variado com música para todos os gostos. Além de Apple e Bridgers, HAIM, Waxahatchee e Soccer Mommy mostraram que o indie vive uma ótima fase, e aberto para diveras influências e enfoques.

Entre os nomes mais populares, “folklore”, de Taylor Swift (11 listas, sendo dois primeiros lugares), e “Future Nostalgia”, de Dua Lipa (13 listas), foram os grandes nomes que conseguiram a rara unanimidade de público e crítica.

Há também o hip-hop pesado do Run The Jewels (primeiro lugar no NME), o belo “Rough and Rough Ways”, de Bob Dylan (primeiro nas revistas inglesas Mojo e Uncut), e os experimentalismos de Moses Sumney, Kelly Lee Owens, Thundercat e Perfume Genius.

Completam a lista os discos de Fleet Foxes e Jason Isbell, mostrando que ainda há espaço para ser explorado com os formatos tradicionais da música americana, o rock musculoso e contundente do Fontaines D.C., o pop dançante de Jessie Ware, um aceno à tomada do mainstream norte-americano pela música latina na figura do porto-riquenho Bad Bunny e dois novo nomes que merecem muita atenção: Rina Sawayama com sua inusitada mistura de pop, electro e riffs de rock pesado, e Bartees Strange, um artista negro que está trazendo elementos novos para o mundo tradicionalmente branco da música alternativa, com resultados muito animadores.

Os veículos que entraram na pesquisa foram os seguintes: da Inglaterra, as revistas Mojo e Uncut, o ex-semanário NME (que sobrevive online) e o diário The Guardian (que colocou Apple no topo de sua lista). Dos EUA foram considerados Billboard, Rolling Stone (que colocaram Swift em primeiro), AllMusic (que não coloca os disco em ordem de preferência), NPR e PopMatters, mais Spin, Pitchfork, Paste, Slant, Consequence Of Sound e Stereogum (esses seis também colocaram “Fetch The Bolt Cutters” no número 1).

Confira o ranking:

1 – Fiona Apple – “Fetch The Bolt Cutters“
Listas presentes: 15, sendo sete em primeiro lugar e quatro em segundo

2 – Phoebe Bridgers – “Punisher“
Listas presentes: 15, sendo um primeiro lugar

3 – Run The Jewels – “RTJ4“
Listas presentes: 14, sendo um primeiro e um segundo lugar

4 – “folklore” – Taylor Swift
Listas presentes: 11, sendo duas em primeiro lugar e uma em segundo

5 – “Rough And Rowdy Ways” – Bob Dylan
Listas presentes: 11, sendo dois primeiros lugares

6 – HAIM – “Women In Music pt. III“
Listas presentes: 14, sendo três terceiros lugares

7 – Dua Lipa – “Future Nostalgia“
Listas presentes: 13, sendo dois segundos lugares

8 – Perfume Genius – “Set My Heart On Fire Immediately“
Listas presentes: 12, sendo três quartos lugares

9 – Waxahatchee – “Saint Cloud“
Listas presentes: 11, sendo três segundos lugares

10 – Fleet Foxes – “Shore“
Listas presentes: 11, sendo um segundo lugar

11 – Thundercat – “It Is What It Is“
Listas presentes: 11, sendo um quinto lugar

12 – Soccer Mommy – “color theory“
Listas presentes: 10, sendo um sétimo lugar

13 – Bad Bunny – “YHLQMDLG“
Listas Presentes: Nove, sendo um terceiro lugar

14 – Jessie Ware – “What’s Your Pleasure“
Listas presentes: Nove, sendo dois terceiros lugares

15 – Rina Sawayama – “SAWAYAMA“
Listas presentes: nove, sendo um terceiro lugar

16 – “Reunions” – Jason Isbell and the 400 Unit
Listas presentes: nove, sendo duas vezes em 11º

17 – Bartees Strange – “Live Forever“
Listas presentes: 8, incluindo um segundo lugar

18 – Moses Sumney – “græ“
Listas presentes: 8, incluindo um terceiro lugar

19 – Fontaines D.C. – “A Hero’s Death“
Listas presentes: 8, incluindo um terceiro lugar

20 – Kelly Lee Owens – “Inner Song“
Listas presentes: 8, incluindo um sexto lugar

21 e 22 – SAULT – “Untitled (Black Is)” e “Untitled (Rise)“
“Black Is” apareceu em sete listas, sendo um primeiro lugar. “Rise” está em cinco rankings